Nem só de dendê vive a Bahia
- Nathália Nascimento e Camila Couto
- 27 de out. de 2015
- 3 min de leitura
Quem não gosta de doce, que atire a primeira pedra, e quem adora pode vir à Bahia.
Da mistura perfeita entre a simplicidade milenar dos índios, a tradição dos africanos e o requinte dos portugueses, surgiu grande parte dos doces baianos. Cada povo emprestou uma característica e, assim, nasceram as iguarias baianas, delícias que agradam nativos e encantam turistas. Bolos, pudins, biscoitos, beijus, mingaus, cocadas, balas... A variedade é enorme.
Com ingredientes regionais, a culinária baiana não decepciona no quesito sobremesa. Nas receitas, encontramos o que de melhor essa terra produz: frutas, grãos, farinhas e especiarias. “Além do coco, que é o ingrediente mais marcante, temos amendoim, leite, tapioca, ovos, canela, cravo e banana, também, muito presentes nas receitas de doces baianos”, afirma a gastróloga Simone Muricy.
Quando perguntada sobre a importância do coco no preparo dos doces, a gastróloga é enfática: “Além das vantagens nutricionais, o coco é um produto barato, fácil de ser encontrado e capaz de deixar as receitas do dia a dia muito mais ousadas e saborosas. Tudo fica mais gostoso e saudável!”
Os doces mais tradicionais são encontrados em tabuleiros de baianas de acarajé, espalhados por toda Salvador. A baiana Solange Costa, que trabalha no Garcia - bairro da capital baiana, garante que o bolinho de estudante é seu maior sucesso. “Trabalho com cocada de amendoim, cocada de coco e doce de tamarindo, mas o povo prefere o bolinho de estudante, que é feito com tapioca, coco, canela e açúcar. É o que o pessoal pede mais. É o que não pode faltar: o bolinho de estudante”.
Com a evolução culinária, novas formas de preparo e ingredientes refinados têm mudado a cara de receitas tradicionais, gerando as versões gourmet. A cocada, mais famosa entre os doces do Estado, é uma das receitas que ganharam um up. Em suas novas variantes, encontramos leite condensado, polpa de diversas frutas e até diferentes texturas: de corte, molhadinha, para comer de colher, ou até envolta em açúcar caramelizado, dando vida a bala de coco, popularmente conhecida como bala baiana.
O brigadeiro, brasileiríssimo, é outro doce que ganhou repaginação e vem conquistando mercado na capital baiana. Apesar da analogia da sobremesa com o chocolate, hoje, nem todas as receitas contém o ingrediente. “Um doce tão famoso e tradicional não poderia deixar de ganhar novas receitas, mais sofisticadas. Tem para todos os gostos. Antes era apenas o tradicional e quem não gostava, não comia. Hoje, quem não gosta do tradicional pode comer de prestígio, de limão, ou goiabada... tem um cardápio com diversas opções”, enfatiza a proprietária da marca de brigadeiros gourmet, Brigadeire-se, Cecília Barreto, que vê essa versatilidade das novas receitas com positividade.
Seja tradicional ou gourmet, os doces baianos têm seu lugar especial, no coração e no estômago de seus conterrâneos. Confira, a seguir, algumas receitas das delícias da terra.
Quem não gosta de doce, que atire a primeira pedra, e quem adora pode vir à Bahia.
Mão na massa, ou melhor, no doce!
Aqui, aprenda a preparar a tradicional cocada branca de tabuleiro:
http://www.comidaereceitas.com.br/doces-e-sobremesas/cocada-de-tabuleiro-da-bahia.html

Crédito cocada branca: Comida & Receitas
Ou aqui, veja uma versão mais sofisticada dessa iguaria, com morangos, para comer de colher:
http://mdemulher.abril.com.br/receitas/claudia/cocada-com-morango

Crédito cocada com morando: Ormuzd Alves / M de Mulher
Uma receita que muitos adoram, mas não sabem que é baiana, é a torta búlgara. Pois é, apesar de levar esse nome, a sobremesa foi criada na Bahia. Pouco se sabe sobre sua origem, mas a receita dessa delícia você pode conferir aqui:
http://www.tudogostoso.com.br/receita/61618-torta-bulgara.html

Crédito torta búlgara: Mastigando em Salvador
Sucesso no período de São João, o mungunzá é feito com milho branco. Quentinho, é ótimo em dias chuvosos. Confira a receita, aqui:
http://www.tudogostoso.com.br/receita/91253-mungunza.html

Crédito foto mungunzá: Sheila Oliveira / clicRBS
Ainda lembrando a época junina, aqui vai a receita do pé de moleque, com amendoim e muita água na boca:
http://www.tudogostoso.com.br/receita/28672-pe-de-moleque.html

Crédito foto pé de moleque: Mauro Holanda / M de Mulher
Muito comum no sudoeste baiano, o biscoito de polvilho, também conhecido como avoador, além de ser assado, vai super bem com um cafezinho. Confira a receita:
http://www.tudogostoso.com.br/receita/134285-biscoito-de-polvilho-assado-facil.html

Crédito foto biscoito de polvilho: Tudo Gostoso
Tradicionalíssimo, o bolinho de estudante é presença confirma em qualquer tabuleiro da capital baiana. O delicioso quitute é super fácil de fazer. Confira:
http://allrecipes.com.br/receita/8172/bolinho-de-estudante.aspx

Crédito foto bolinho de estudante: Margarida Neide / Ag. A Tarde
Você sabia?
De acordo com o Portal Brasil, 21,7% da população brasileira consome doce regularmente. A média de consumo diminui com a idade e aumenta com o nível de escolaridade. Entre jovens de 18 a 24 anos o índice sobe para 32%, enquanto que apenas 17,2% dos idosos acima de 60 anos consomem doces com regularidade. Considerando o nível de escolaridade, apenas 16,7% das pessoas que possuem o ensino fundamental completo consomem doces com frequência, contra 27,4% que possuem ensino superior completo.
Fonte: http://www.brasil.gov.br/saude/2014/12/consumo-de-gorduras-doces-e-alcool-entre-brasileiros-ainda-e-alto
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